quinta-feira, outubro 02, 2014

Liberdade de expressão

Liberdade de expressão é a desculpa mais usada atualmente para justificar agressões, evitar o diálogo, fugir da reflexão e desistir da busca de soluções para os problemas que cabe a TODOS os cidadãos enfrentar e resolver.


segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Onde é que está o tempo?

Meu Deus, já faz mais de um mês que eu havia escrito que ia volta a postar (ao invés de simplesmente deletar o blog como eu quase fiz). O tempo tá correndo como a galera nos metros finais da São Silvestre. A diferença é que lá em São Paulo eles ganham a corrida e se aquietam. O tempo, não. Ei, velho! Pra que correr tanto? Ou será que quem está correndo sou eu? Oi, tempo. Tudo bem contigo?

domingo, março 07, 2010

Meu

As fotos de hoje foram tiradas na temporada que a peça Meu fez no Teatro Joaquim Cardozo em novembro de 2009. Em cenas que evocam aspectos caros ao universo da poesia contemporânea, Meu traz toques de realismo fantástico (o homem que tem orgasmos a cada 30 minutos, a mulher que controla os mergulhos de um peixe dourado num aquário) e evidencia o cinismo, a amargura e um certo niilismo, que parecem explicar as razões de uma persistente incomunicabilidade na abundância de possibilidades de comunicação desta estranha época em que vivemos. O Amor (aquele incondicional e avassalador, não essa mistura de paixão, apego e cobrança que insistimos em chamar de amor) parece inviabilizado justamente nessa dificuldade de comunicação, na dificuldade de perceber o outro e seu modo de ver o mundo e os sentimentos. Interpretados com economia de gestos e emoções, os personagens parecem presos em suas próprias visões de mundo e expectativas sobre a vida: não conseguem abrir mão de nada e, por conta disso, não têm os braços livres para abraçar o novo. É óbvio que "Meu" fala do ego, mas, mais do que isso, fala da persistência da crença de que precisamos ser donos uns dos outros, quando sequer conseguimos ser donos de nós mesmos. Ainda que se perceba que os atores poderiam ampliar seu domínio sobre a ação (o minimalismo nas interpretações não exclui a necessidade de presenças mais intensas) e a despeito da necessidade de um teatro um pouco maior e melhor equipado que valorize o jogo de proximidades e distanciamentos entre os personagens, Meu é um trabalho criativo, singular e até paradoxal, na medida em que vemos tanta força (até bruta) ser transmitida sob viezes de tanta delicadeza e poesia. Na direção, Marcelo Oliveira. No elenco, Eduardo Rios, Elis Costa e Marcelle Tartas.